12/11/2010

Eunice Muñoz

Meus amigos,
Há pessoas que nos marcam,na nossa vida. De uma forma ou de outra, "alimentam-nos de saber", dão-nos aquilo que mais nada nem ninguem nos pode dar - o Legado do que será mais tarde a nossa personalidade.
É isto que Eunice Muñoz, sempre nos soube dar. E é isto que Eunice, nos continua a dar.
Um legado imenso de cultura, e simplicidade de viver. De nos mostrar que a vida é tão grande e que nós somos imensos, se ..., se somente soubermos partilhar o melhor que há em nós.
E porque sempre digo que as Homenagens devem ser feitas em vida, mesmo não tendo eu essa capacidade de saber escrever palavras bonitas, aqui vos deixo o meu Respeito por esta Grande Senhora da nossa cultura Portuguesa.
Muito mais seria necessário para falar de Eunice Muñoz. Eu só sei dizer, que Eunice me preencheu DE VIDA.
Obrigada Eunice, e Bem Haja........





Eunice do Carmo Muñoz GOIH (Amareleja, 30 de Julho de 1928) é uma actriz portuguesa  de referência do teatro, televisão e cinema português e considerada unanimemente uma das melhores actrizes portuguesas de todos os tempos.

Eunice Muñoz tem 82 anos.
E conta,69 anos de carreira.



Eunice Muñoz estreou-se em 1941, na peça Vendaval, de Virgínia Vitorino, com a Companhia Rey Colaço/ Robles Monteiro, sediada no Teatro Nacional D. Maria II. O seu talento é de imediato reconhecido, e admirado por Palmira Bastos, Raul de Carvalho, João Villaret ou pela própria Amélia Rey Colaço, o que lhe permite uma rápida integração na Companhia Nacional de Teatro.
Em 1946 dá-se a sua estreia no cinema, aparecendo no filme de Leitão de Barros, Camões. Por esta interpretação, Eunice ganha o prémio do SNI - Secretariado Nacional de Informação, para a melhor actriz cinematográfica do ano. Um Homem do Ribatejo (1946), de Henrique Campos e Os Vizinhos do Rés-do-Chão (1947), de Alejandro Perla, são os trabalhos que se seguem.
Em 1948 regressa ao Teatro Nacional para protagonizar Outono em Flor, de Júlio Dantas. Seguidamente Espada de Fogo, de Carlos Selvagem, encenado por Palmira Bastos, é um êxito retumbante.
Volta aos palcos em 1950, com a comédia Ninotchka, de Melchior Lengyel, contracenando com Igrejas Caeiro, Maria Matos e Vasco Santana.
Passa pelo Teatro da Trindade e retira-se por quatro anos da actividade teatral, para exclamação dos jornais, dos críticos e do público. A sua re-apariçao dá-se em Joana D' Arc, de Jean Anouilh, no palco do Teatro Avenida. Multidões perfilam-se pela Avenida da Liberdade, desejosas de obter um bilhete para ver Eunice, que a crítica aclama como genial.
Já nos anos 1960, passa para a comédia na Companhia de Teatro Alegre, ao Parque Mayer, ao lado de nomes como António Silva ou Henrique Santana. No Teatro Monumental fez O Milagre de Anna Sullivan, de William Gibson (Prémio de Melhor Actriz do SNI ex-aequo com Laura Alves - 1963).

Aparece então com regularidade na televisão, em peças repetidas por desejo expresso do público, como O Pomar das Cerejeiras, de Anton Tchekov; A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho; Recompensa, de Ramada Curto; Os Anjos Não Dormem, de Armando Vieira Pinto; ou séries, como Cenas da Vida de Uma Actriz, doze episódios de Costa Ferreira, ao lado de sua mãe, Mimi Muñoz.
Em 1965 Raúl Solnado funda a Companhia Portuguesa de Comediantes (CPC), no recém inaugurado Teatro Villaret. Eunice recebe o maior salário, até aqui nunca pago a uma actriz dramática: 30 contos mensais. A peça de estreia é O Homem Que Fazia Chover, de Richard Nash, encenado por Alain Oulman. Seguiram-se interpretações de Tennessee Williams e Bernardo Santareno.
Em 1971 volta ao palco do Teatro da Trindade.
Dedica-se, então, à divulgação de poetas que ama, quer em disco, quer em recitais, dando voz a Florbela Espanca ou António Nobre, voltando ao teatro para interpretar As Criadas, Jean Genet, juntamente com Glicínia Quartin e Lurdes Norberto, na encenação do argentino Victor Garcia, no Teatro Experimental de Cascais. Faz uma longa tournée por África na companhia de Carlos Avilez, onde se contam as peças Fedra,de Jean Racine, e A Maluquinha de Arroios, de André Brun.

Estreia-se em telenovelas com uma notável interpretação em A Banqueira do Povo, de Walter Avancini, em 1993.

A Maçon, escrito pela romancista Lídia Jorge propositadamente para Eunice, vai a cena em 1997 no palco do Teatro Nacional.

A Casa do Lago (2001), de Ernest Thompson, encenado por La Féria, foi a cena no Politeama em 2001.

Em 2006 representou pela primeira vez na casa a que deu nome, o Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras, com a peça Miss Daisy, encenada por Celso Cleto.

Em 2007 co-protagoniza com Diogo Infante Dúvida de John Patrick Shanley, sob a direcção de Ana Luísa Guimarães no Teatro Maria Matos. Em Maio de 2008 é agraciada com o Globo de Ouro de Mérito e Excelência.

Em 2009 regressa ao Teatro Nacional D. Maria II com a peça O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion, sob a encenação de Diogo Infante.

Zeca Afonso - Já O Tempo Se Habitua

Já o tempo se habitua
http://www.aja.pt/
Associação Zeca Afonso
A estar alerta
Não há luz Que não resista
À noite cega
Já a rosa Perde o cheiro
E a cor vermelha
Cai a flor Da laranjeira
À cova incerta

Água mole Água bendita
Fresca serra
Lava a língua Lava a lama
Lava a guerra
Já o tempo Se acostuma
À cova funda
Já tem cama E sepultura
Toda a terra

Nem o voo Do milhano
Ao vento leste
Nem a rota Da gaivota
Ao vento norte
Nem toda A força do pano
Todo o ano
Quebra a proa Do mais forte
Nem a morte

Já o mundo Se não lembra
De cantigas
Tanta areia Suja tanta
Erva daninha
A nenhuma Porta aberta
Chega a lua
Cai a flor Da laranjeira
À cova incerta

Nem o voo Do milhano ...

Entre as vilas E as muralhas
Da moirama
Sobre a espiga E sobre a palha
Que derrama
Sobre as ondas Sobre a praia
Já o tempo
Perde a fala E perde o riso
Perde o amor