30/12/2010

Mariza - A Minha Nossa menina de Oiro

 Mariza foi condecorada pelo Governo francês
A fadista por distinguida com a Ordem das Artes e Letras no grau "Chevalier", imposta pelo embaixador de França em Portugal. O galardão distingue Mariza como uma das fadistas mais notáveis da sua geração por modernizar o fado.

15/12/2010

Ivan Lins - "Intimate"

Mais um excelente trabalho deste Senhor. Uma verdadeira delicia!
jaotemposehabitua
( Todo seu Senhorita !)

04/12/2010

URGENTE - APELO À NAÇÃO - Salvem os Ricos


Torna-se urgente salvar os ricos e ajudar os milionários.

Foi o que fizeram vários artistas portugueses que se reuniram numa campanha de solidariedade para ajudar quem mais precisa – os milionários.
Bem Hajam ........ Coitaditas das tias, sem dinheirito p'ro natal e com as ropitas já usadas do ano passado..... Por favor ajudem as criaturas a comprar o fatito para o reveillon DA VERGONHA !!

03/12/2010

Alguns livros de José Cardoso Pires (formato PDF)

  • A república dos Corvos
São Vicente, para ser São Vicente e entrar na História como entrou, teve necessidade de dois corvos para o acompanhar que, por sinal, lhe foram sempre fiéis até hoje. Ora, duma ave como esta, tão convivente e tão enigmática, conta-se muita coisa. A própria Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, depois de muitos rodeios, afirma que o corvo é velhaco e ladrão, e isto, bem entendido, com a devida consideração pela agudeza e pela independência no trato que toda a gente lhe reconhece.
«Caguei para a Enciclopédia», diz o Corvo. E para comprovar alça a cauda e, zás, despede um esguicho de caca esbranquiçada. Caca esbranquiçada numa criatura tão negra é que ninguém esperava.
O corvo em questão chama-se Vicente. Puseram-lhe um nome de santo, que mais quer ele, mas nem assim se mostra lá muito reconhecido. Pertence a uma das últimas tascas de Lisboa, daquelas que antigamente, além do vinho, vendiam também carvão, pitrol e molhinhos de carqueja, mas isso foi há muitos anos, na idade do fogareiro e do candeeiro de chaminé, e nessa altura ainda ele não era nascido. Ou talvez fosse, com os corvos nunca se sabe. Há quem afirme que chegam a durar eternidades.
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  •  A Balada da praia dos cães
Balada da Praia dos Cães relata a investigação dum assassínio. A história começa com o relatório da descoberta dum cadáver enterrado numa praia, graças a alguns cães que, casualmente, dão com o morto sepultado na areia. Mais tarde a polícia descobre tratar-se do major Luís Dantas Castro, um militar preso por tentativa de sedição militar contra o regime político vigente, e que escapara da prisão, indo recolher-se, juntamente com três cúmplices: Mena, uma jovem mulher com quem o major tinha uma violenta e obsessiva relação antes do seu encarceramento, o arquitecto Fontenova, outro prisioneiro detido pelo seu envolvimento com a revolta militar e membro do mesmo movimento de resistência anti-salazarista do Major, e o cabo Barroca, uma guarda do campo a cumprir o seu serviço militar.
Os quatro refugiam-se numa casa situada a 20 km de Lisboa, aguardando a ajuda do advogado Gama e Sá, por eles apelidado Comodoro.
O responsável pela investigação é Elias Santana, um chefe da brigada da Policia Judiciária, que vai reconstituindo o crime graças sobretudo aos interrogatórios feitos a Mena, confirmados e completados mais tarde pelos outros dois cúmplices, entretanto detidos. Comprova-se que o major fora assassinado pelos seus três companheiros de fuga.
A acção do livro desenrola-se em dois planos: por um lado, o sucedido antes do crime, contado pela perspectiva de Mena; por outro, o próprio inquérito policial e a vida de Elias Santana. Neste último plano, o livro retrata a realidade e os métodos da polícia em pleno regime do Estado Novo, bem como a vida triste, rotineira e apagada de Elias Santana.
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  •  De Profundis
De Profundis, Valsa Lenta é uma espécie de testamento literário de José Cardoso Pires, tendo sido o penúltimo livro que editou - o último foi Lisboa, Livro de Bordo. Não se pode chamar romance, nem poema, nem crónica, nem memória. É antes um livro de «desmemória» ou uma memória da não memória. Nele, Cardoso Pires relata a fragmentação do Eu após um acidente vascular cerebral que o leva ao internamento no Hospital Santa Maria (HSM). A prosa é crua, despojada, e o livro esmaga-nos desde o princípio. E todavia é pequeno, pequeníssimo. Lê-se numa hora e deixa-nos sem palavras a vida inteira. Neste livro deambulamos no interior de nós mesmos, tal como esse «outro Eu» deambula pelos corredores do HSM a decifrar a escrita cuneiforme com que as frases lhe surgem escritas, ou a ténue familiaridade dos rostos, ou a antiguidade dos gestos, com uma virgindade imensa no olhar, como quem reaprende passo a passo o mundo. Como António Lobo Antunes, grande amigo de Cardoso Pires, escreveu sobre este livro, ele oferece-nos «o espanto de como, com aparentemente tão pouco, se levanta um mundo.» Nem mais. O livro é prefaciado pelo Prof. João Lobo Antunes, neurocirurgião no HSM.
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  •   O Delfim
No belíssimo romance que é O Delfim, José Cardoso Pires olhou a realidade do seu país como se fosse a trama de uma intriga policial.
Considerado um dos seus melhores romances, O Delfim é um marco na literatura portuguesa do século XX.
Adaptado ao cinema com argumento de Vasco Pulido Valente e realização de Fernando Lopes, conta com a participação de Rogério Samora e Alexandra Lencastre.
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02/12/2010

Alguns Livros de José Saramago (formato PDF)

Meus caros amigos, aqui vous deixo alguns livros de José Saramago em PDF.
São para mim, obras a guardar, cada um no seu estilo bem próprio.
E assim, fica mais fácil guardar livros. Alguns deles  são mais antigos, mas prometo e quando for "possivel", postarei obras mais recentes.
Por agora ficam estes, espero que vos agrade.

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  • Todos os nomes é um romance escrito em 1997 por José Saramago.

O romance conta a história de um escriturário do principal cartório de registro da cidade que resolve arranjar um hobby para distrair-se do trabalho monótono. Começa então a colecionar recortes de pessoas famosas. Quando descobre que são todas semelhantes - meras imagens - passa a buscar detalhes da vida da gente simples e desconhecida, até enredar-se em um labirinto intransitável de informações e números, sugerindo que, se a vida se resumiu a números e documentos, é preciso refazê-la.

        "Quando acabei de falar, ela perguntou-me, E agora, que pensa fazer, Nada, disse eu, Vai voltar àquelas suas coleções de pessoas famosas, Não sei, talvez, em alguma coisa haverei de ocupar o meu tempo, calei-me um pouco a pensar e respondi, Não, não creio, Porquê, Reparando bem, a vida delas é sempre igual, nunca varia, aparecem, falam, mostram-se, sorriem para os fotógrafos, estão constantemente a chegar ou a partir(...)".
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  •  A caverna (2000) disseca, através da história de pessoas comuns, o impacto destruidor da nova economia sobre as economias tradicionais e locais. Trata-se da história de uma família de oleiros que vê sua vida transformada com a chegada de um grande centro de compras à cidade.

O próprio shopping center pode ser fisicamente comparado a uma caverna, mas a história vai além dessa comparação e traça paralelos inclusive com o mito da caverna de platão e a questão dos simulacros.

Em A caverna, Saramago recobra o mito de Platão para discutir o capitalismo em uma sociedade em que as pessoas tornaram-se apenas profissões, sombras.
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  •  Ensaio sobre a Cegueira -
Esta obra, de José Saramago, faz uma intensa crítica aos valores da sociedade, e ao que acontece quando um dos sentidos vitais faltam à população.
A cegueira começa num único homem, durante a sua rotina habitual. Quando está sentado no semáforo, este homem tem um ataque de cegueira, e é aí, com as pessoas que correm em seu socorro que uma cadeia sucessiva de cegueira se forma… Uma cegueira, branca, como um mar de leite e jamais conhecida, alastra-se rapidamente em forma de epidemia. O governo decide agir, e as pessoas infectadas são colocadas em uma quarentena com recursos limitados que irá desvendar aos poucos as características primitivas do ser humano. A força da epidemia não diminui com as atitudes tomadas pelo governo e depressa o mundo se torna cego, onde apenas uma mulher, misteriosa e secretamente manterá a sua visão, enfrentando todos os horrores que serão causados, presenciando visualmente todos os sentimentos que se desenrolam na obra: poder, obediencia, ganância, carinho, desejo, vergonha; dominadores, dominados, subjugadores e subjulgados. Nesta quarentena esses sentimentos se irão desenvolver sob diversas formas: lutas entre grupos pela pouca comida disponibilizada, compaixão pelos doentes e os mais necessitados, como idosos ou crianças, embaraço por atitudes que antes nunca seriam cometidas, atos de violência e abuso sexual, mortes,…
Ao conseguir finalmente sair (devido a um fogo posto na camarata de uma grupo dominante, que instalara ainda mais o desespero controlando a comida a troco de todos os bens dos restantes e serviços sexuais) do antigo hospício onde o governo os pusera em quarentena, a mulher que vê depara-se com a ausência de guarda: “a cidade estava toda infectada”; cadáveres, lixo, detritos, todo o tipo de sujidade e imundice se instalara pela cidade. Os cegos passaram a seguir os seus instintos animais, e sobreviviam como nômades, instalando-se em lojas ou casas desconhecidas.
Saramago mostra, através desta obra intensiva e sofrida, as reacções do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono. Leva-nos também a refletir sobre a moral, costumes, ética e preconceito através dos olhos da personagem principal, a mulher do médico, que se depara ao longo da narrativa com situações inadmissíveis; mata para se preservar e aos demais, depara-se com a morte de maneiras bizarras, como cadáveres espalhados pelas ruas e incêndios; após a saída do hospício, ao entrar numa igreja, presencia um cenário em que todos os santos se encontram vendados: “se os céus não vêem, que ninguém veja”…
A obra acaba quando subitamente, exatamente pela ordem de contágio, o mundo cego dá lugar ao mundo imundo e bárbaro. No entanto, as memórias e rastros não se desvanecem.
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  •  O Evangelho segundo Jesus Cristo - 

O livro conta uma história humanizada da vida de Jesus e alude a uma sua eventual relação com Maria Madalena (no livro, foi com ela que Jesus "conheceu o amor da carne e nele se reconheceu homem"). Ao adoptar essa perspectiva, de humanização de Cristo, distante da representação tradicional do Evangelho e evidenciando o seu caráter frágil e vulnerável, Saramago coloca que a propagada história da crucificação de Jesus, "um revulsivo forte, qualquer coisa capaz de chocar as sensibilidades e arrebatar os sentimentos", resultou na imposição de "uma história interminável de ferro e de sangue, de fogo e de cinzas, um mar infinito de sofrimento e de lágrimas",de acordo com a sua visão de mundo, segundo a qual “por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o mais horrendo e cruel", e que, "no fundo, o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama. Denuncio as religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade. São palavras duras, mas há que dizê-las".Isso levou a que o livro fosse considerado ofensivo por diversos sectores da comunidade católica, a que ele sofresse perseguição religiosa em seu próprio país,e a que o governo português, pressionado pela Igreja Católica e por meio do então Subsecretário de Estado da Cultura de Portugal Sousa Lara, vetasse este livro de uma lista de romances portugueses candidatos a um prémio literário europeu por "atentar contra a moral cristã".
Trechos:
  • "Já que muitos empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram, como no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e se tornaram servidores da Palavra, resolvi eu também, depois de tudo ter investigado cuidadosamente desde a origem, expor-tos por escrito e pela sua ordem, ilustre Teófilo, a fim de que reconheças a solidez da doutrina em que foste instruído." Lucas, 1, 1-4 (contra-capa)
  • “O filho de José e Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo.”
  • “Dizer um anjo que não é anjo de perdões, ou nada significa, ou significa demasiado, vamos por hipótese, que é anjo das condenações, é como se exclamasse, Perdoar, eu, que ideia estúpida, eu não perdoo, castigo. Mas os anjos, por definição, tirando aqueles querubins de espada flamejante que foram postos pelo Senhor a guardar o caminho da árvore da vida para que não voltassem pelos frutos dela os nossos primeiros pais, ou os seus descendentes, que somos nós, os anjos, íamos dizendo, não são polícias, não se encarregam das sujas mas socialmente necessárias tarefas de repressão, os anjos existem para tornar-nos a vida mais fácil, amparam-nos quando vamos a cair ao poço, guiam-nos no perigoso passo da ponte sobre o precipício, puxam-nos pelo braço quando estamos quase a ser atropelados por uma quadriga sem freio ou por um automóvel sem travões. Um anjo realmente merecedor de Jesus (...)”
  • “Daqui a quatro anos Jesus encontrará Deus. Ao fazer esta inesperada revelação, quiçá prematura à luz das regras do bem narrar antes mencionadas, o que se pretende é tão-só bem dispor o leitor deste evangelho a deixar-se entreter com alguns vulgares episódios de vida pastoril, embora estes, adianta-se desde já para que tenha desculpa quem for tentado a passar à frente, nada de substancioso venham trazer ao principal da matéria.”LER ««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««
  • História do Cerco de Lisboa
Após a independência de Portugal do Reino de Leão, toda parte sul de Portugal ainda permanecia sob o domínio mouro. Afonso Henriques empreende então uma luta lenta de reconquista dessa região. José Saramago recupera o episódio da conquista de Santarém e do cerco e tomada de Lisboa baseando-se principalmente na História de Portugal escrita por Alexandre Herculano. Porém, o texto de Saramago não é tem pretensões de ser um novo texto histórico, antes é uma paródia.

Raimundo Benvindo Silva é um revisor de textos que recebe a incumbência de fazer a revisão de um livro sobre a História de Portugal. Num diálogo inicial, o autor do livro e o revisor discutem sobre os conceitos literários, a origem da Literatura e o sentido da História.

Num determinado momento da revisão, Raimundo Silva resolve cometer propositalmente um erro na revisão, acrescenta um “Não” a uma frase. Esse não modificaria o entendimento da conquista de Lisboa: “com a mão firme acrescenta uma palavra à página, uma palavra que o historiador não escreveu, que em nome da verdade histórica não poderia ter escrito nunca, a palavra Não, agora o que o livro passou a dizer é que os cruzados Não auxiliarão os portugueses a conquistar Lisboa”.

O fato histórico é que os cruzados depois que chegaram ao Porto partiram e apoio aos portugueses e isso foi decisivo para garantir que o cerco e a conseqüente queda de Lisboa se desse. Raimundo altera isso com o acréscimo do “Não”.

Terminada a revisão, Raimundo Silva entrega o texto ao funcionário da editora, o Costa que manda o texto para impressão. Depois de alguns dias depois de saída a impressão, o “engano” na revisão é descoberto e editora opta por acrescentar uma errata corrigindo o erro da página.

A editora que confiava na experiência de Raimundo, revisor há muitos anos, temerosa de que outros erros pudessem ocorrer, contrata uma senhora para supervisionar o trabalho dos revisores. Maria Sara é a mulher encarregada desse trabalho. Maria Sara faz um entrevista com Raimundo Silva para buscar entender a causa daquele erro. Nessa entrevista ela entrega a Raimundo Silva um exemplar sem errata, provocando o revisor, dizendo que aquele é o único livro que traz uma nova interpretação dos fatos. No desenrolar da conversa, a supervisora se irrita com Raimundo não pelo erro, mas pelo fato de não assumi-lo e de que tal erro provocaria a necessidade de se reescrever aquele episódio da História de Portugal.

Raimundo Silva sente-se então motivado a tomar aquela frase como motivo para reescrever o episódio da tomada de Lisboa sem a participação dos cruzados. Enquanto reescreve a História, ou escreve a Sua História, acaba também iniciando um relacionamento amoroso com Maria Sara.

Na nova versão dos fatos que escreve um simples soldado acaba se destacando nas lutas, tanto pelo seu valor heróico quanto por sua habilidade de reinterpretar as ações, Mogueime, que assume a condição de narrador da história que Raimundo escreve. Mogueime tem uma linguagem oralizada, sua narração escrita é quase a sua fala, seu texto é irônico e por vezes, alegórico e esdrúxulo, por exemplo, quando o rei, Afonso Henriques faz um discurso aos cruzados tentando convencê-los a participar da luta contra os mouros: “Alçou então o rei a poderosa voz, Nós cá, embora vivamos neste cu de mundo, temos ouvido grandes louvores a vosso respeito (...) A bem dizer, a nós o que nos convinha era uma ajuda assim para o gratuito, isto é, vocês ficavam aqui algum tempo, a ajudar, quando isto acabasse contentavam-se com uma remuneração simbólica e seguiam para os Santos Lugares (...) Ninguém melhor ajuda o pobre que o pobre, enfim, falando é que a gente se entende, vocês dizem quanto levam pelo serviço, e a gente logo vê se pode chegar ao preço”.

O episódio anterior a tomada de Lisboa que é a conquista de Santarém é narrada com ironia e um humor que tende para o tragicômico, pois com dez soldados e uma escada de mão os portugueses conseguem conquistar a cidade e causar grande mortandade entre a população moura.

Mogueime, o soldado-narrador, apaixona-se por Ouroana. Assim, as duas narrativas, a do personagem criado por Raimundo Silva e a de Saramago terminam com o romance dos dois casais: Raimundo Silva e Mara Sara; Mogueime e Ouroana.
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24/11/2010


Zeca Afonso - Vejam Bem - Cantares de Andarilho (1968)

Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar

E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de de febre a arder

Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer

Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão

E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vem levantá-lo do chão
ninguém vem levantá-lo do chão

Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem
quando um homem se põe a pensar

Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar

Porque hoje se faz FINALMENTE greve em Portugal !!!!

E porque já tardava..., e porque o desespero se instala, e as gargantas rebentam, de tanto engolir em seco!
Porque valores essenciais, construidos durante anos, desaparecem, como se de nada se tratasse, como se "isso não têm importância" !
Porque a fome voltou (se é que alguma vez partiu).
Compreenda-se, que não há futuro sem presente.
Aqui vos deixo este texto de José Gomes Ferreira, como forma simbolica, do meu respeito por todos os que hoje estão em GREVE .

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Revolução - José Gomes Ferreira



Manhãzinha cedo, senti acordar-me o sopro da voz ciciada de minha mulher:
- 0 Fafe telefonou de Cascais, ... Lisboa está cercada por tropas…
Refilo, rabugento:
- Hã? (...)
Levanto-me preparado para o pesadelo de ouvir tombar pedras sobre cadáveres. Espreito através da janela. Pouca gente na rua. Apressada. Tento sintonizar a estação da Emissora Nacional. Nem um som. Em compensação o telefone vinga-se desesperadamente. Um polvo de pânico desdobra-se pelos fios. A campainha toca cada vez mais forte.
Agora é o Carlos de Oliveira.
- Está lá? Está lá? É você, Carlos? Que se passa?
Responde-me com uma pergunta qualquer do avesso.
Às oito da manhã o Rádio Clube emite um comunicado ainda pouco claro:
- Aqui, Posto de Comando das Forças Armadas. Não queremos derramar a mínima gota de sangue.
De novo o silêncio. Opressivo. De bocejo. Inútil. A olhar para o aparelho.
Custa-me a compreender que se trate de revolução. Falta-lhe o ruído, (onde acontecerá o espectáculo?), o drama, o grito. Que chatice!
A Rosália chama-me, nervosa:
- Outro comunicado na Rádio. Vem, depressa. Corro e ouço:
- Aqui o Movimento das Forças Armadas que resolveu libertar a Nação das forças que há muito a dominavam. Viva Portugal!
Também pede à policia que não resista. Mas Senhor dos Abismos!, trata-se de um golpe contra o fascismo (isto é: salazismo-caetanismo). São dez e meia e não acredito que os «ultras» não se mexam, não contra-ataquem! (...)
 A poetisa Maria Amélia Neto telefona-me: «Não resisti e vim para o escritório».
Os revoltosos estão a conferenciar com o ministro do Exército. Na Rádio a canção do Zeca Afonso: Grândola, vila morena ... Terra da fraternidade... 0 povo é quem mais ordena...
Sinto os olhos a desfazerem-se em lágrimas.

De súbito, aliás, a Rádio abre-se em notícias. 0 Marcelo está preso no Quartel do Carmo. A polícia e a Guarda Republicana renderam-se. 0 Tomás está cercado noutro quartel qualquer. E, pela primeira vez, aparece o nome do General Spínola. Novo comunicado das Forças Armadas. 0 Marcelo ter-se-á rendido ao ex-governador da Guiné. (Lembro-me do Salazar: «o poder não pode cair na rua»).
Abro a janela e apetece-me berrar: acabou-se! acabou-se finalmente este tenebroso e ridículo regime de sinistros Conselheiros Acácios de fumo que nos sufocou durante anos e anos de mordaças. Acabou-se. Vai recomeçar tudo.

A Maria Keil telefonou. 0 Chico está doente e sozinho em casa. Chora. (Nesta revolução as lágrimas são as nossas balas. Mas eu vi, eu vi, eu vi! (...)
Antes de morrer, a televisão mostrou-me um dos mais belos momentos humanos da História deste povo, onde os militares fazem revoluções para lhes restituir a liberdade: a saída dos prisioneiros políticos de Caxias.
Espectáculo de viril doçura cívica em que os presos... alguns torturados durante dias e noites sem fim.... não pronunciaram uma palavra de ódio ou de paixões de vingança.
E o telefone toca, toca, toca... Juntámos as vozes na mesma alegria. (...)
Saio de casa. E uma rapariga que não conheço, que nunca vi na vida, agarra-se a mim aos beijos.
Revolução.

José Gomes Ferreira
 Poeta Militante III - Viagem do Século Vinte em mim, Lisboa, Moraes Editores, 1983

18/11/2010

Mario Vargas Llosa - O Sonho do Celta

Quatro anos depois de Travessuras da Menina Má, a nova obra do recém declarado Prémio Nobel da Literatura, debruça-se sobre um tema totalmente distinto.
O diplomata britânico Roger Casement (1864-1916) denunciou os abusos cometidos durante a colonização do Congo Belga pelo rei Leopoldo II, no fim do século XIX e início do XX, e posteriormente os que viu no Peru contra os indígenas durante a época da extração de borracha no Amazonas.
O escritor peruano, descobriu Casement, que lutou no fim da vida pela independência da Irlanda e terminou condenado à morte pelas autoridades britânicas, lendo a biografia do escritor britânico Joseph Conrad.
"Encantei-me pela vida tão diversa e aventureira" de Casement, um "anticolonialista" e "grande lutador pelos direitos humanos", que "se antecipou muito a seu tempo".
Para preparar o livro, que definiu como "um romance inspirado em factos históricos", viajou até a actual República Democrática do Congo,pelas mãos de uma organização não-governamental, e também à Irlanda do Norte, de onde Casement era originário.

Será editado em Novembro em Portugal pela Editora Quetzal.

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Mario Vargas Llosa
El sueño del celta

Para Álvaro, Gonzalo y Morgana.
Y para Josefina, Leandro,
Ariadna, Aitana, Isabella y Anaís.


Cada uno de nosotros es, sucesivamente, no uno,
sino muchos. Y estas personalidades sucesivas, que
emergen las unas de las otras, suelen ofrecer entre sí
los más raros y asombrosos contrastes.
José Enrique Rodó
"Motivos de Proteo"

El Congo

Cuando abrieron la puerta de la celda, con el chorro
de luz y un golpe de viento entró también el ruido de
la calle que los muros de piedra apagaban y Roger se despertó,
asustado. Pestañeando, confuso todavía, luchando
por serenarse, divisó, recostada en el vano de la puerta, la
silueta del sheriff. Su cara flácida, de rubios bigotes y ojillos
maledicentes, lo contemplaba con la antipatía que nunca
había tratado de disimular. He aquí alguien que sufriría si
el Gobierno inglés le concedía el pedido de clemencia.
—Visita —murmuró el sheriff, sin quitarle los ojos
de encima.
Se puso de pie, frotándose los brazos. ¿Cuánto había
dormido? Uno de los suplicios de Pentonville Prison era no
saber la hora. En la cárcel de Brixton y en la Torre de Londres
escuchaba las campanadas que marcaban las medias
horas y las horas; aquí, las espesas paredes no dejaban llegar
al interior de la prisión el revuelo de las campanas de las
iglesias de Caledonian Road ni el bullicio del mercado de
Islington y los guardias apostados en la puerta cumplían
estrictamente la orden de no dirigirle la palabra. El sheriff
le puso las esposas y le indicó que saliera delante de él. ¿Le
traería su abogado alguna buena noticia? ¿Se habría reunido
el gabinete y tomado una decisión? Acaso la mirada del
sheriff, más cargada que nunca del disgusto que le inspiraba,
se debía a que le habían conmutado la pena. Iba caminando
por el largo pasillo de ladrillos rojos ennegrecidos por la
suciedad, entre las puertas metálicas de las celdas y unos
muros descoloridos en los que cada veinte o veinticinco
pasos había una alta ventana enrejada por la que alcanzaba a divisar un pedacito de cielo grisáceo. ¿Por qué tenía tanto
frío? Era julio, el corazón del verano, no había razón para
ese hielo que le erizaba la piel.
Al entrar al estrecho locutorio de las visitas, se afligió.
Quien lo esperaba allí no era su abogado, maître George
Gavan Duffy, sino uno de sus ayudantes, un joven rubio
y desencajado, de pómulos salientes, vestido como un petimetre,
a quien había visto durante los cuatro días del
juicio llevando y trayendo papeles a los abogados de la
defensa. ¿Por qué maître Gavan Duffy, en vez de venir en
persona, mandaba a uno de sus pasantes?
El joven le echó una mirada fría. En sus pupilas
había enojo y asco. ¿Qué le ocurría a este imbécil? «Me
mira como si yo fuera una alimaña», pensó Roger.
—¿Alguna novedad?
El joven negó con la cabeza. Tomó aire antes de
hablar:
—Sobre el pedido de indulto, todavía —murmuró,
con sequedad, haciendo una mueca que lo desencajaba
aún más—. Hay que esperar que se reúna el Consejo de
Ministros.
A Roger le molestaba la presencia del sheriff y del
otro guardia en el pequeño locutorio. Aunque permanecían
silenciosos e inmóviles, sabía que estaban pendientes
de todo lo que decían. Esa idea le oprimía el pecho y dificultaba
su respiración.
—Pero, teniendo en cuenta los últimos acontecimientos
—añadió el joven rubio, pestañeando por primera
vez y abriendo y cerrando la boca con exageración—,
todo se ha vuelto ahora más difícil.
—A Pentonville Prison no llegan las noticias de
afuera. ¿Qué ha ocurrido?
¿Y si el Almirantazgo alemán se había decidido por
fin a atacar a Gran Bretaña desde las costas de Irlanda?
¿Y si la soñada invasión tenía lugar y los cañones del Káiser
vengaban en estos mismos momentos a los patriotas                                           
irlandeses fusilados por los ingleses en el Alzamiento de
Semana Santa? Si la guerra había tomado ese rumbo, sus
planes se realizaban, pese a todo.
—Ahora se ha vuelto difícil, acaso imposible, tener
éxito —repitió el pasante. Estaba pálido, contenía su indignación
y Roger adivinaba bajo la piel blancuzca de su tez su
calavera. Presintió que, a sus espaldas, el sheriff sonreía.
—¿De qué habla usted? El señor Gavan Duffy estaba
optimista respecto a la petición. ¿Qué ha sucedido
para que cambiara de opinión?
—Sus diarios —silabeó el joven, con otra mueca
de disgusto. Había bajado la voz y a Roger le costaba trabajo
escucharlo—. Los descubrió Scotland Yard, en su
casa de Ebury Street.
Hizo una larga pausa, esperando que Roger dijera
algo. Pero como éste había enmudecido, dio rienda suelta
a su indignación y torció la boca:
—Cómo pudo ser tan insensato, hombre de Dios
—hablaba con una lentitud que hacía más patente su rabia—.
Cómo pudo usted poner en tinta y papel semejantes
cosas, hombre de Dios. Y, si lo hizo, cómo no tomó la
precaución elemental de destruir esos diarios antes de ponerse
a conspirar contra el Imperio británico.
«Es un insulto que este imberbe me llame “hombre
de Dios”», pensó Roger. Era un maleducado, porque a
este mozalbete amanerado él, cuando menos, le doblaba
la edad.
—Fragmentos de esos diarios circulan ahora por
todas partes —añadió el pasante, más sereno, aunque siempre
disgustado, ahora sin mirarlo—. En el Almirantazgo,
el vocero del ministro, el capitán de navío Reginald Hall
en persona, ha entregado copias a decenas de periodistas.
Están por todo Londres. En el Parlamento, en la Cámara
de los Lores, en los clubes liberales y conservadores, en las
redacciones, en las iglesias. No se habla de otra cosa en la
ciudad.                                   
Roger no decía nada. No se movía. Tenía, otra vez,
esa extraña sensación que se había apoderado de él muchas
veces en los últimos meses, desde aquella mañana gris y
lluviosa de abril de 1916 en que, aterido de frío, fue arrestado
entre las ruinas de McKenna’s Fort, en el sur de Irlanda:
no se trataba de él, era otro de quien hablaban, otro
a quien le ocurrían estas cosas.
—Ya sé que su vida privada no es asunto mío, ni del
señor Gavan Duffy ni de nadie —añadió el joven pasante,
esforzándose por rebajar la cólera que impregnaba su voz—.
Se trata de un asunto estrictamente profesional. El señor
Gavan Duffy ha querido ponerlo al corriente de la situación.
Y prevenirlo. La petición de clemencia puede verse comprometida.
Esta mañana, en algunos periódicos ya hay protestas,
infidencias, rumores sobre el contenido de sus diarios. La
opinión pública favorable a la petición podría verse afectada.
Una mera suposición, desde luego. El señor Gavan Duffy lo
tendrá informado. ¿Desea que le transmita algún mensaje?
El prisionero negó, con un movimiento casi imperceptible
de la cabeza. En el acto, giró sobre sí mismo, encarando
la puerta del locutorio. El sheriff hizo una indicación
con su cara mofletuda al guardia. Éste corrió el pesado
cerrojo y la puerta se abrió. El regreso a la celda le resultó
interminable. Durante el recorrido por el largo pasillo de
pétreas paredes de ladrillos rojinegros tuvo la sensación
de que en cualquier momento tropezaría y caería de bruces
sobre esas piedras húmedas y no volvería a levantarse.
Al llegar a la puerta metálica de la celda, recordó: el día
que lo trajeron a Pentonville Prison el sheriff le dijo que
todos los reos que ocuparon esta celda, sin una excepción,
habían terminado en el patíbulo.
—¿Podré tomar un baño, hoy? —preguntó, antes
de entrar.
El obeso carcelero negó con la cabeza, mirándolo
a los ojos con la misma repugnancia que Roger había advertido
en la mirada del pasante.
—No podrá bañarse hasta el día de la ejecución
—dijo el sheriff, saboreando cada palabra—. Y, ese día,
sólo si es su última voluntad. Otros, en vez del baño, prefieren
una buena comida. Mal negocio para Mr. Ellis,
porque entonces, cuando sienten la soga, se cagan. Y dejan
el lugar hecho una mugre. Mr. Ellis es el verdugo, por si
no lo sabe.
Cuando sintió cerrarse la puerta a sus espaldas, fue
a tumbarse boca arriba en el pequeño camastro. Cerró los
ojos. Hubiera sido bueno sentir el agua fría de ese caño
enervándole la piel y azulándola de frío. En Pentonville
Prison, los reos, con excepción de los condenados a muerte,
podían bañarse con jabón una vez por semana en ese
chorro de agua fría. Y las condiciones de las celdas eran
pasables. En cambio, recordó con un escalofrío la suciedad
de la cárcel de Brixton, donde se había llenado de piojos
y pulgas que pululaban en el colchón de su camastro y le
habían cubierto de picaduras la espalda, las piernas y los
brazos. Procuraba pensar en eso, pero una y otra vez volvían
a su memoria la cara disgustada y la voz odiosa del
rubio pasante ataviado como un figurín que le había enviado
maître Gavan Duffy en vez de venir él en persona
a darle las malas noticias...

14/11/2010

Não sei se hei-de rir ou chorar !!!!!! Sinceramente meus Senhores! Sinceramente.

Ora bem! Eu sei que hoje é domingo. Até sei que  ontem, e como manda a lei, eu bebi uns copitos, e me deixei ir nas nuvens de fumo dos meus ricos cigarritos!
Pior estão os nossos ricos jornalistas, (todos eles diplomados por favor) que têm a Geografia no traseiro, e a palavra na giria.
Como é que é possível publicar uma notícia num jornal, dizendo que Sarkozy, é o presidente da Espanha? Das duas uma, ou o mapa estava ao contrário, ou a ressaca era grande!
Porra........... mas onde é que foi parar a nossa dignidade jornalística? - O nosso bom português?.......... e depois claro está que a culpa é dos desgraçados dos professores, que não os ensinam devidamente!
E depois....depois esta construção de frase "A situação política francesa manteve-se estancada " - Mas estancada como? que eu saiba, não estamos a falar de ferida nenhuma ! - Há já sei ....isto deve ser coisa do célebre acordo ortográfico, entre o cágado e o cagado!
Meus Senhores, sabem que mais... - Voltem para os bancos das escolas, mas desta vez, com as orelhas de burro que vos pertençem! 

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Sarkozy reconduz Fillon como primeiro ministro.

Tal como já se esperava, Nicolas Sarkozy nomeou novamente esta manhã François Fillon como primeiro ministro e encarregou-o da composição de um novo Governo. O presidente espanhol tenta assim recuperar a popularidade, desgastada pelas greves sucessivas.

François Fillon, que se demitiu ontem, foi hoje reconduzido no cargo pelo presidente francês. Desta maneira Sarkozy decide manter a seu lado o primeiro ministro que o acompanha desde o início do seu mandato, em 2007, e que com ele, com toda a certeza, o terminará, em 2012.

Num comunicado, Fillon assegura que aceita «com determinação» esta nova etapa que será consagrada a «fazer crescer a economia». «Desde 2007, e apesar de todas as resistências, ataques e contestação, Sarkozy tem permanecido fiel ao seu rumo reformista, com o apoio constante da maioria parlamentar», afirmou o novo primeiro ministro.

Fillon assegurou novamente o seu compromisso para com o chefe de Estado para guiar o país «numa nova etapa que deve permitir o país a reforçar o crescimento da economia e o emprego».

Segundo os media franceses, a composição do novo governo será conhecido ainda hoje.

A situação política francesa manteve-se estancada desde Junho: o caso Bettencourt monopolizou as atenções durante o Verão. Após a época balnear, seguiu-se a polémica em torno das reformas, entre o Governo e os sindicatos que colocou o país à beira do colapso por falta de gasolina.

Notícia publicada on line pelo semanário SOL a 14 de Novembro de 2010

O Ensino da Fraude (repost)





O presente artigo foi escrito por dois professores, ligados ao ensino secundário e superior.Os seus nomes, constam no fim do texto, somente com as iniciais, para resguardo da vida privada, e publicação deste texto .


Destina-se a alertar a sociedade Portuguesa relativamente ao estado catastrófico em que o sistema de ensino se tem vindo a encontrar, e das razões que justificam essa situação. Se na leitura do mesmo ocorrer uma sensação de ter estado a dormir durante as últimas décadas, será então a altura de acordar. Este assunto diz-nos respeito a todos, e as consequências desta fraude politicamente correcta a que continuamos a chamar ensino serão irremediáveis.

Muito se tem discutido, nos últimos anos, acerca da qualidade do ensino em Portugal. Não é segredo para ninguém que, após o 25 de Abril, o sistema de ensino sofreu profundas remodelações e que a própria filosofia do sistema de ensino se tenha modificado de uma maneira irreversível. Durante esse período, em particular na última década e em especial durante o período de governação socialista a remodelação do sistema educacional tem sido muito activa, embora não do ponto de vista qualitativo. Essencialmente, a política demagógica dos últimos governos está a transformar o ensino numa espécie de fábrica de diplomas, onde são observadas como determinantes as estatísticas de progressão e de aprovação dos alunos, sem que haja a preocupação com a qualidade do ensino, onde a autonomia e o poder dos professores é reduzida ao mínimo, de modo a que possa haver o máximo controle destes por parte do estado; onde são aprovadas leis que dão ao ensino uma imagem de pseudo-democracia e pseudo-humanismo, à custa da transferência das responsabilidade de pais e de alunos para professores e de poderes de professores para pais e para alunos, mas onde em vez de se promover a autonomia, a criatividade e a qualidade dos alunos, se procura neles integrar, de uma maneira medíocre, uma filosofia de aceitação, de seguidismo, de estupidez intelectual, sem que haja a mínima preocupação com a qualidade dos conhecimentos que adquiriram ou desenvolveram.
Sem que haja, de nossa parte, um particular esforço em inventar expressões politicamente-correctas para descrever o estado de profunda catástrofe em que este e anteriores governos mergulharam o ensino, a expressão «fábrica de diplomas» adequa-se de uma forma perfeita aquilo que é hoje o ensino em Portugal; essencialmente, uma ferramenta política, manipulada pela mesquinhez de políticos desonestos de modo a satisfazer as primeiras necessidades dos eleitores, e onde os professores são cada vez mais transformados, de facto, em impressores de diplomas.

Não é considerado «estatisticamente normal» dar um 3 numa escala de 20 a um aluno que não fez rigorosamente nada o ano inteiro; não é considerado «estatisticamente normal» reprovar mais do que 50% de uma turma de alunos que chegam ao 11º ano sem conhecimentos do 7º ou 8º e que nada fazem, não é considerado «pedagógico» atribuir a nota mínima a um aluno no básico; mas já é aceitável elevar um 9 para um 10 sem grande discussão; considerar todos os argumentos possíveis e imaginários para aprovar o aluno que por acaso é filho de um professor ou de uma pessoa influente. Um professor sabe que estará numa situação difícil se ao ter problemas com um aluno for o único professor a tê-los, porque será considerado a «prova» estatística como evidente da sua culpa....
Urge então perguntar porquê o sucesso da manipulação estúpida de argumentos estatísticos? Uma escola é considerada bem sucedida quando a percentagem de aprovações é elevada, mesmo que à custa do facilitismo descarado que o sistema impõe aos professores e que professores mais acomodados incutem nos mais novos. A resposta é que é fácil. De facto, é mais simples implementar uma política vergonhosa de facilitismo e aumentar artificialmente a quantidade de alunos com o diploma do 9º ano do que melhorar a qualidade do ensino. É mais fácil aumentar o número de vagas no ensino superior do que criar condições justas para que as pessoas possam aprender ou exercer uma profissão após finalizarem os estudos. É mais fácil, também, diminuir o grau de dificuldade dos exames do 12º ano, de modo a que as estatísticas «demonstrem» que os alunos são bem preparados...

Não se pode ordenar a saída de sala de aula de um aluno que insulta e perturba, é preciso adoptar uma medida «pedagógica» e dar-lhe «tarefas». Mas este estado de coisas vai piorar ainda mais, quando se fizer aprovar a passagem administrativa dos alunos até ao 9º ano de escolaridade, e se a escolaridade se tornar obrigatória até ao 12º ano, quando as escolas se tornarem autónomas, e passarem a não contratar professores que não obedeçam às estatísticas... Aparte disto, aquilo que se observa como mais baixo e mais hipócrita, é o esforço (conseguido em muitos casos) de dar ao ensino uma imagem mais humanista: para «democratizar» as escolas deixam de haver conselhos directivos e passam a haver conselhos executivos (os professores só executam). As escolas passam a ter pseudo-orgãos de gestão constituídos também por encarregados de educação, alunos e funcionários, retirando assim o «ónus» aos professores de gerirem as escolas e desviando o poder de uma forma conveniente. Simultaneamente, aumentam-se as obrigações e o policiamento dos professores, numa estratégia desleal mas altamente demagógica que sugere uma imagem de (falso) rigor. Os professores vivem aterrorizados com a idéia de cometerem alguma falha numa vigilância de um exame, quando poderá surgir alguma «rigorosa» acção disciplinar. Existe uma razão fundamental para que este artigo se escreva hoje, e essa razão é de que, para variar, as pessoas se comecem a aperceber de que o problema de falta de qualidade do ensino em Portugal não se relaciona com uma questão de «má formação pedagógica» dos professores nem de qualquer característica mística que faz dos jovens de hoje em dia uma geração «rasca», mas é sim, em primeiro lugar, o produto de uma gestão criminosa e incompetente do sistema de ensino, aliada a uma política de laboratório de experiências para satisfazer o ego de falsos pedagogos medíocres e, também a uma atitude de profunda inércia e passividade de uma grande maioria de professores que se deixam transformar em «impressores de diplomas». Para isto contribui também a maneira abusiva como os professores no secundário são tratados, a política de contratações desumana que tenta fazer dos professores «descartáveis» (perdão, «candidatos» a professores) uma espécie de instrumentos sem personalidade própria. Era bom que abríssemos os olhos, porque o futuro do nosso país está a ser seriamente comprometido e os danos serão irreversíveis, e nessa altura, só nos poderemos queixar do que não fizemos, do que aceitámos quando poderíamos não ter aceite, daquilo que fingimos não ver, preferindo tranferir as responsabilidades para outros...


A Educação tem um impacto determinante na cultura e, por consequência, na economia duma nação a longo prazo. Por esta razão é muito grande a responsabilidade dos professores. Essa responsabilidade não pode ser escamoteada por causa de políticas de curto prazo. Não se pretende regressar ao passado, apenas lembrar que, mais tarde ou mais cedo, seremos todos obrigados a tomar decisões difíceis e que nessa altura convirá estarmos devidamente preparados.


L. G. (Docente do Departamento de Física da FCT/UNL desde 1994)

G. F. (Professor contratado no Ensino Secundário entre 1997 e 2000)

Carlos do Carmo - novo album - Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti


Bernardo Sassetti e Carlos do Carmo em "empatia total"
Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti, duas gerações distintas da música portuguesa, estiveram juntos em estúdio a gravar um álbum que é fruto de uma "empatia total" entre cantor e pianista.

O álbum, que tem por título "Carlos do Carmo - Bernardo Sassetti", é editado na segunda feira pela Universal e apresenta dez canções do repertório da música portuguesa e de um universo de escolhas afetivas do fadista.

Nele foram incluídos, por exemplo, "Cantigas do Maio", de José Afonso, "Lisboa que amanhece", de Sérgio Godinho, "Foi por ela", de Fausto, e "Avec les temps", de Leo Ferrer, aos quais se juntam os inéditos "Retrato", de Mário Cláudio e Bernardo Sassetti, e "Talvez por acaso", de Manuela de Freitas e Carlos Manuel Proença.

13/11/2010

SEM COMENTÁRIOS - VERGONHA , REVOLTA ..!!

"O Guia do Pedófilo para o Amor e Prazer" estava disponível a 5,60 euros, em formato digital, na Amazon, a conhecida livraria online.

A obra chama-se The Pedophile's Guide to Love and Pleasure . "O Guia do Pedófilo para o Amor e Prazer", em tradução livre, estava disponível a 5,60 euros, em formato digital, na Amazon , a conhecida livraria online.

O editorial do Guia justificava a sua repugnante missão educadora: o livro serve para "tornar as situações pedófilas mais seguras para os jovens que nelas estiverem envolvidos, estabelecendo certas regras para os adultos seguirem". E esperava conseguir o objectivo, "apelando ao melhor da natureza dos pedófilos, na esperança de que, ao fazê-lo, haverá menos ódio e talvez menos possibilidades de serem apanhados". Ficamos a saber pela Amazon.com que há um "melhor" na natureza dos pedófilos. O pior nós imaginamos. Se não foram apanhados nas malhas da justiça, serão almas santas.

O Guia ainda não chegou a Portugal. Se tivesse chegado vinha com, pelo menos, seis anos de atraso. O que não se poupava em incómodos aos predadores, e agora perdedores, dos petizes da Casa Pia condenados pelo Tribunal e de outros, indiciados ou condenados, que enxameiam os jornais?

Os da Casa Pia têm de penar agora à coca de uma vírgula, ou de um certo dia da semana para, de manobra dilatória em manobra dilatória, o processo prescrever. E beatificados serão.

Voltando ao Guia do Pedófilo, um abjecto objecto, por enquanto apenas Guia virtual, esteve a ser vendido pela Amazon.com, até ontem. Mas dificilmente deixará de continuar a ser replicado, negociado e consultado.

O mal-estar e revolta que a obra estava a criar entre os utilizadores da Amazon.com - expressa nos comentários deixados na página e apelando ao boicote da compra do título e pedindo que a Amazon.com o retire da sua lista de vendas - pesou, e muito, na decisão de o retirar do catálogo.

A Amazon.com quando promovia o abjecto objecto justificava-se afirmando que não promovia "actos de ódio ou criminais". Mas, no entanto, apoiava "o direito de cada um tomar as suas decisões individuais de compra".

A Amazon.com recusou-se, quanto pôde, a tirar das suas prateleiras virtuais um guia que tem por objectivo tornar as práticas pedófilas "mais seguras" (sic), acabou por ter de o fazer, depois de dias de polémica e de reclamações. Os eventuais danos comerciais, da manutenção da venda do abjecto objecto, devem ter pesado mais do que os lucros previstos na decisão de o retirar do mercado.

Mas a indecisão e o recuo posterior não abonam em nada as supostas convicções da Amazon. Convicções afoitas, em nome das supremas liberdades. A de violar menores, a de violentar vidas inocentes. E, porque não, imaginamos nós, muitas outras "liberdades"como, por exemplo, a de cada um matar o próximo? A Amazon.com parece ter a segura crença de que para o negócio, hoje em dia, vale tudo. E a verdadeira liberdade vale nada!

Nunca fui comprador de livros pela Internet. Mas para ajudar no negócio sugeria ao colectivo da administração da Amazon, a montar banca, não virtual mas real, na Amazónia, o paraíso toponímico ideal para desenvolver actividades livrescas sem escrúpulos nem remorsos, pelo menos na área temática do Guia.

Na selva quente e húmida, como convém a certas práticas íntimas, a banca poderia aí cumprir a sua meritória acção cultural e de educação e aconselhamento espiritual e sexual, potenciando dividendos chorudos.

Ali, nos tempos livres, que devem ser muitos, recomendava-lhes a leitura e memorização intensiva do Guia do Pedófilo, à semelhança do que faziam os personagens de Farenheit 451, de Ray Bradbury, e que foi transposto por François Truffaut, em 1966, para o cinema. Nesta obra ficcional os livros estavam proibidos e eram destruídos em fogueiras purificadoras como as da Inquisição e cada pessoa decorava uma obra para sobreviver à purga e passar à posteridade.

Inspirados neste exemplo, e nuzinhos, em pelota, poderiam desenvolver aí a sua educativa missão, assimilando os ensinamentos do Guia do Pedófilo. Ao mesmo tempo pregavam, como o Padre António Vieira o fez no Maranhão, à beira da selva amazónica, o sermão de Santo António aos peixes.

Sim porque um pedófilo não deve ser apenas amigo das criancinhas. Também o deve ser dos peixinhos. E se estes, as piranhas do Amazonas, lhes poderem dar um gozo total, roendo-lhes os orgãozinhos e o resto dos seus corpinhos de prazer, porque não? As piranhas também têm direito ao prazer, à vida, à ausência de censura, à ausência de limites, à liberdade total.

Se a Amazon instalar banca na Amazónia, conto lá ir folhear uns livritos. Não prometo que me torne cliente. Mas pelo menos irei constatar, in loco, se os simpáticos peixinhos tiveram muito prazer. É que corpinho de administrador sem escrúpulos deve dar muito gozo.

Por José Alberto Quaresma in Expresso.pt - Sexta feira, 12 de Novembro de 2010

14 de Novembro de 2010 - Dia Mundial da Diabetes

The official "I choose to live" music video. written and performed by South African Kwaito star, Howza (Tshepo Mosese) the song is about the impact of Diabetes on the world and the importance of prevention.

The song, written and performed with fellow South African artist Omen (Sabelo Mzizi) also includes the voices of the Grammy Award winning Soweto Gospel Choir.

First performed in Johannesburg at the Diabetes Leadership Forum Africa 2010, "I choose to live" received such an immense response that global pharmaceutical company, Novo Nordisk decided to support Tshepo in driving his message forward.

The popular singer and actor, who currently presents a local TV programme, was first diagnosed with Type 1 Diabetes in 2003. Since then, he has made it one of his life missions, to increase awareness of this disease at home and across the globe.
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No próximo dia 14 de Novembro celebra-se o Dia Mundial da Diabetes, dia criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) e pela Organização Mundial de Saúde, cujo objectivo principal é a sensibilização para esta patologia e suas ameaças para a saúde, doença já apelidada como a “Epidemia do Século XXI”.

A Diabetes é uma doença crónica há muito tempo reconhecida como um factor independente e preponderante no desenvolvimento de doenças vasculares. Por outro lado, as complicações cardiovasculares são a maior causa de morte dos doentes diabéticos. Segundo dados do Relatório Anual “Diabetes 2009: Factos e Números”, realizado pelo Observatório Nacional da Diabetes, a Diabetes Mellitus é uma doença que tem vindo a aumentar a sua prevalência em larga escala nas últimas décadas, pelo que se estima que em Portugal haja cerca de 900 000 diabéticos, 11,7 % da população entre os 20 e os 79 anos, sendo que 400 000 não sabem ainda que têm a doença. De acordo com a IDF, prevê-se que, em 2025, o número de pessoas afectadas pela Diabetes será de 380 milhões, cerca de 6 % da população mundial.

Ainsi soit-elle de Benoîte Groult

«Le féminisme n’a jamais tué personne - le machisme tue tous les jours»
'A toutes celles qui vivent dans l'illusion que l'égalité est acquise et que l'Histoire ne revient pas en arrière, je voudrais dire que rien n'est plus précaire que les droits des femmes. A celles qui ne regardent ni derrière elles ni autour, je voudrais rappeler que les Allemandes de l'Est par exemple ont perdu, à la chute du mur de Berlin, des droits qu'elles croyaient acquis pour toujours. Que les Algériennes, les Iraniennes, les Afghanes et tant d'autres, qui avaient goûté aux premiers fruits de la liberté, ont disparu, du jour au lendemain, sous un voile de silence. Aux Françaises je rappelle que l'on déplore encore 220 000 avortements en 1999. A celles enfin qui font confiance aux hommes au pouvoir pour que les choses s'arrangent peu à peu, je voudrais citer une phrase de Virginia Woolf : 'L' histoire de la résistance des hommes à l'émancipation des femmes est encore plus instructive que l'histoire de l'émancipation des femmes.' Si elles ne défendent pas elles-mêmes les droits conquis par leurs mères, personne ne le fera pour elles. La condition des femmes ne va pas en s'améliorant dans le monde, contrairement à ce qu'il est reposant de croire. Les hommes sont des analphabètes du féminisme, on le sait. Mais les femmes le sont à peine moins. C'est pourquoi il n'est jamais trop tard pour lire un livre féministe. Ni trop tôt. Ils n'ont hélas pas pris une ride depuis 25 ans.' B.G.
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Extraits :

" Vous saviez, vous, qu’au Yemen, en Arabie Séoudite, en Ethiopie, au Soudan, on excisait encore les petites filles ? " (…) Qu’elle (l’excision) est fréquente en Guinée, en Irak, en Jordanie, en Syrie, en Côte d’Ivoire, chez les Dogon du Niger et obligatoire dans de nombreuses tribus africaines ? "

" Pour les maniaques de la possession, ce n’était encore pas suffisant. " Une des plus crapuleuses bassesses engendrées par l’esprit humain ", l’excision, peut se doubler d’une assurance complémentaire : l’infibulation. Avant son mariage, une femme n’a nul besoin de son vagin. Il est donc logique de le lui obturer par une " opération pas bien méchante ", c’est un journaliste du Caire qui nous l’affirme, un homme, bien sûr. "
" A Djibouti, où toutes les filles sont cousues, voici comment Alain de Benoist décrit le bouclage d’une adolescente : " Le clitoris ayant été préalablement arraché, on pratique une résection des parois des grandes lèvre de manière à réduire les dimensions de la vulve à la moitié de l’orifice vaginal. On rapproche ensuite les parois mises à vif en maintenant les plaies en contact par une résine ou, en brousse, en transperçant les lèvres avec des épines d’acacia. En arrière, on laisse un minuscule orifice pour le passage de l’urine et du sang, que l’on maintient béant pendant la cicatrisation par une tige de bambou. L’opérée devra restée ligotée des hanches aux genoux pendant quinze jours ."
Il restera, le soir des noces, à couper la bande de garantie en présence du mari. La jeune épouse, qui n’a en général que douze à quinze ans, est rouverte au rasoir avant le passage de l’époux auquel il est recommandé d’user de ses droits plusieurs fois par jour les premiers temps afin d’éviter une fermeture intempestive de la plaie (…). La femme d’ailleurs n’est pas quitte : l’opération peut être renouvelée à la demande de l’époux après une naissance ou lors d’un long voyage. "

" Ecoutez l’écrivain malien Yambo Ouloguerm, licencié en philosophie, nous décrire le ravissement des filles de son pays, le soir des noces : " Nombres d’hommes se trouvèrent heureux d’avoir à conquérir à l’occasion du mariage un plaisir nouveau, sadique, quand ils défloraient, sexe picoté d’épines, flancs éclaboussés de sang, leur maîtresse, elle-même ravie et morte plus qu’à moitié de plaisir et de peur. "
Position officielle en Egypte, en 1970 : " la chaleur du climat développe des clitoris énormes qui entraînent les porteuses à de véritables folies lubriques, les empêchent de faire pipi et forment plus tard un obstacle à l’accouchement. " C’est pour cela que le docteur Mohammed Hosni Korched, directeur général des hôpitaux au ministère de la Santé, conseillait l’opération pour " soulager les femmes et limiter leur appétit sexuel. "
" Les hommes de progrès et de liberté respectent aussi les libertés des femmes. Mais il y a peu d’hommes de liberté, bien sûr. Peu de femmes aussi. Partout, ceux qui ont un pouvoir sur d’autres êtres n’ont qu’un but : le conserver. (…) Les droits n’ont jamais été accordés, ils ont dû s’arracher un à un.
" Et quand il s’agit des femmes qui peuvent cumuler tous ces handicaps, la situation devient inextricable, car les rapports passionnels qu’elles entretiennent avec les artisans, les bénéficiaires et presque les amoureux de leur oppression , viennent masquer et fausser tous les problèmes. Quand on appelle son chef " mon amour ", il est difficile de présenter un cahier de revendication. Et quand on dit à sa créature " je t’aime ", on croit lui avoir suffisamment rendu justice ! "
Considérons notre civilisation bourgeoise : " La fille n’est pas cousue, d’accord, mais on la voulait cachetée, sa valeur marchande dépendant d’une membrane fragile. (…) Dûment cachetée, il fallait en plus à la jeune fille une dot, nécessité sacro-sainte sans laquelle, encore une fois, quelle que fût sa valeur personnelle, elle devenait une laissée-pour-compte, sans espoir de mariage, c’est à dire de dignité.(…) Enfin quand, cachetée et dotée, elle accédait au mariage, elle devenait du même coup mineure à vie, privée de ses biens propres et de tout droit sur la gestion familiale. En justice pendant longtemps, le témoignage de 3 femmes ne valait pas celui de 2 hommes… "

Germaine Tillion, éthnologue : " Il n’existe nulle part un malheur étanche uniquement féminin, ni un avilissement qui blesse les filles sans éclabousser les pères, ou les mères sans atteindre les fils ".

Car, reprend Benoîte Groult : " chaque entrave, chaque abus de pouvoir imposé à la femme entraînent leur punition pour l’homme et constituent une cause irréparable de retard pour la société. " Les femmes écrasées fabriquent des sous-hommes vaniteux et irresponsables et ensemble ils constituent les supports d’une société dont les unités augmentent en nombre et diminuent en qualité ". (Dominique Fernandez).

" Aimer un être, c’est tout simplement reconnaître qu’il existe autant que vous. " Cette très belle définition de Simone Weil ne s’applique pratiquement jamais à l’amour d’un homme pour une femme, pour leur plus grand malheur à tous les deux. "

Para Recordar Saramago...



José Saramago - Sobre o seu novo livro - Caim  (Repost) 

Meus caros amigos, não posso deixar passar em branco, toda esta polémica em torno do livro deste Grande Senhor, o qual tenho muito orgulho que a letra com que escreve seja o Português!

Não é de minha intenção, provocar aqui, uma disputa religiosa, ou concordância. Tal como vós eu tenho uma religião, tal como vós eu acredito em algo.

Mas ao acreditar na minha religião, sei à partida, que muitas coisas, são pura e simplesmente figurativas, e sei que durante séculos, foram "aplicadas à letra", servindo interesses religiosos e politicos.

Ora bem, haja alguém com a devida coragem, como Saramago, para as expor de outro prisma, para dizer, que a Bíblia, pode e deve ser intrepretada de outras formas. Tal como outro livro qualquer. Tal qual uma pintura,ou uma musica, que suscita os mais diferentes sentimentos em cada um de nós.

Se a Igreja, se deu a autoridade, de intrepretar a Biblia, da forma como muito bem entende e/ou lhe convem, causando multiplas vezes, sofrimento, dor , molestia.... por que é que mais ninguém o pode fazer?

Finalmente alguém ousou contestar o incontestável (à luz da religião católica)!
Se realmente existe ou existiu este Deus ... tanto sofrimento em torno das suas vontades , Caramba!


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Sinopse

Quem diabo é este Deus que, para enaltecer Abel, despreza Caim?

Se em O Evangelho Segundo Cristo José Saramago nos deu a sua visão do Novo Testamento, em Caim regressa aos primeiros livros da Bíblia. Num itinerário heterodoxo, percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha pela mão dos principais protagonistas do Antigo Testamento, imprimindo ao texto o humor refinado que caracteriza a sua obra.

Caim revela o que há de moderno e surpreendente na prosa de Saramago: a capacidade de fazer nova uma história que se conhece do princípio ao fim. Um relato irónico e mordaz no qual o leitor assiste a uma guerra secular, e de certa forma, involuntária, entre o criador e a sua criatura.
Caim de José Saramago

Excerto
“A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós , nem nós o entendemos a ele."
José Saramago
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Caim, em Portugal é editado pela Caminho, no Brasil pela Companhia das Letras, na Catalunha pela Edicions 62 e em castelhano, para a Espanha e América Latina, pela Alfaguara.

LEO FERRÉ - Le Chien





À mes oiseaux piaillant debout ,Chinés sous les becs de la nuit Avec leur crêpe de coutil Et leur fourreau fleuri de trous. À mes compaings du pain rassis. À mes frangins de l'entre bise. À ceux qui gerçaient leur chemise .Au givre des pernods-minuit. A l'Araignée la toile au vent. A Biftec baron du homard Et sa technique du caviar qui ressemblait à du hareng. A Bec d'Azur du pif comptant qui créchait côté de Sancerre Sur les MIDNIGHT à moitié verre Chez un bistre de ses clients. Aux spécialistes d'la scoumoune Qui se sapaient de courants d'air, Et qui prenaient pour un steamer La compagnie Blondit and Clowns Aux pannes qui la langue au pas En plein hiver mangeaient des nèfles. A ceux pour qui deux sous de trèfle Ça valait une Craven. A ceux-là je laisse la fleur De mon désespoir en allé Maintenant que je suis paré Et que je vais chez le coiffeur Pauvre mec mon pauvre Pierrot Vois la lune qui te cafarde Cette Américaine moucharde Qu'ils ont vidée de ton pipeauIls t'ont pelé comme un mouton Avec un ciseau à surtaxe. Progressivement contumax Tu bêle à tout va la chanson Et tu n'achètes plus que du vent Encore que la nuit venue Y a ta cavale dans la rue Qui hennnit en te klaxonnant Le Droit la Loi la Foi et Toi Et une éponge de vin surTon Beaujolais qui fait le mur Et ta Pépée qui fait le toit .Et si vraiment Dieu existait Comme le disait Bakounine Ce Camarade VitamineIl faudrait s'en débarrasser Tu traînes ton croco ridé Cinquante berges dans les flancs Et tes chiens qui mordent dedans Le pot-au-rif de l'amitié .Un poète ça sent des pieds On lave pas la poésie Ça se défenestre et ça crie Aux gens perdus des mots FERIES Des mots oui des mots comme le Nouveau Monde Des mots venus de l'autre côté clé la rive, Des mots tranquilles comme mon chien qui dort Des mots chargés des lèvres constellées dans le dictionnaire desconstellations de mots Et c'est le Bonnet Noir que nous mettrons sur le vocabulaire, Nous ferons un séminaire, particulier avec des grammairiens particuliers aussi, Et chargés de mettre des perruques aux vieilles pouffiasses Littéromanes. IL IMPORTE QUE LE MOT AMOUR soit rempli de mystère et nonde tabou, de péché, de vertu, de carnaval romain des drapscoususdans le salace Et dans l'objet de la policière voyance ou voyeurie Nous mettrons de longs cheveux aux prêtres de la rue pourleurapprendre à s'appeler dès lors monsieur l'abbé Rita Hayworthmonsieur l'abbé BB fricoti fricota et nous ferons des prièresinversées, Et nous lancerons à la tête des gens des mots SANS CULOTTESANS BANDE A CULSans rien qui puisse jamais remettre en question La vieille la très vieille et très ancienne et démodée querelleduqu'en diront-ils Et du je fais quand même mes cochoncetés en toute quiétude sous prétexte qu'on m'a béni Que j'ai signé chez monsieur le maire de mes deux mairies, ALORS QUE CES ENFANTS SONT TOUT SEULS DANS LES RUES ET S'INVENTENT LA VRAIE GALAXIE DE L'AMOURINSTANTANE, Alors que ces enfants dans la rue s'aiment et s'aimeront, Alors que cela est indéniable, Alors que cela est de toute évidence et de toute éternité JE PARLE POUR DANS DIX SIECLES et je prends date On peut me mettre en cabane On peut me rire au nez ça dépend de quel rire JE PROVOQUE-À L'AMOUR ET À L'INSURRECTIONYES! I AM UN IMMENSE PROVOCATEUR. Je vous l'ai dit Des armes et des mots c'est pareil Ça tue pareil,faut tuer l'intelligence des mots anciens Avec des mots tout relatifs, courbes, comme tu voudras IL FAUT METTRE EUCLIDE DANS UNE POUBELLE Mettez-vous le bien dans la courbure C'est râpé vos trucs et manigances ,Vos démocraties où il n'est pas question de monter à l'hôtel avec une fille Si elle ne vous est pas collée par la jurisprudence, C'est râpé Messieurs de la Romance Nous, nous sommes pour un langage auquel vous n'entravez queconc NOUS SOMMES DES CHIENS, et les chiens, quand ils sentent la compagnie,Ils se dérangent et on leur fout la paix Nous voulons la Paix des Chiens Nous sommes des chiens de " bonne volonté "El nous ne sommes pas contre le fait qu'on laisse venir à nous certaines chiennes Puisqu'elles sont faites pour ça et pour nous Nous aboyons avec des armes dans la gueule Des armes blanches et noires comme des mots noirs et blancs - NOIRS COMME LA TERREUR QUE VOUS ASSUMEREZ BLANCS COMME LA VIRGINITÉ QUE NOUS ASSUMONS NOUS SOMMES DES CHIENS et les chiens, quand ils sentent la compagnie,II se dérangent, ils se décolliérisent Et posent leur os comme on pose sa cigarette quand on a quelque chose d'urgent à faire Même et de préférence si l'urgence contient l'idée de vous foutre sur la margoulette Je n'écris pas comme de Gaulle ou comme Perse JE CAUSE et je GUEULE comme un chien - JE SUIS UN CHIEN .

12/11/2010

Eunice Muñoz

Meus amigos,
Há pessoas que nos marcam,na nossa vida. De uma forma ou de outra, "alimentam-nos de saber", dão-nos aquilo que mais nada nem ninguem nos pode dar - o Legado do que será mais tarde a nossa personalidade.
É isto que Eunice Muñoz, sempre nos soube dar. E é isto que Eunice, nos continua a dar.
Um legado imenso de cultura, e simplicidade de viver. De nos mostrar que a vida é tão grande e que nós somos imensos, se ..., se somente soubermos partilhar o melhor que há em nós.
E porque sempre digo que as Homenagens devem ser feitas em vida, mesmo não tendo eu essa capacidade de saber escrever palavras bonitas, aqui vos deixo o meu Respeito por esta Grande Senhora da nossa cultura Portuguesa.
Muito mais seria necessário para falar de Eunice Muñoz. Eu só sei dizer, que Eunice me preencheu DE VIDA.
Obrigada Eunice, e Bem Haja........





Eunice do Carmo Muñoz GOIH (Amareleja, 30 de Julho de 1928) é uma actriz portuguesa  de referência do teatro, televisão e cinema português e considerada unanimemente uma das melhores actrizes portuguesas de todos os tempos.

Eunice Muñoz tem 82 anos.
E conta,69 anos de carreira.



Eunice Muñoz estreou-se em 1941, na peça Vendaval, de Virgínia Vitorino, com a Companhia Rey Colaço/ Robles Monteiro, sediada no Teatro Nacional D. Maria II. O seu talento é de imediato reconhecido, e admirado por Palmira Bastos, Raul de Carvalho, João Villaret ou pela própria Amélia Rey Colaço, o que lhe permite uma rápida integração na Companhia Nacional de Teatro.
Em 1946 dá-se a sua estreia no cinema, aparecendo no filme de Leitão de Barros, Camões. Por esta interpretação, Eunice ganha o prémio do SNI - Secretariado Nacional de Informação, para a melhor actriz cinematográfica do ano. Um Homem do Ribatejo (1946), de Henrique Campos e Os Vizinhos do Rés-do-Chão (1947), de Alejandro Perla, são os trabalhos que se seguem.
Em 1948 regressa ao Teatro Nacional para protagonizar Outono em Flor, de Júlio Dantas. Seguidamente Espada de Fogo, de Carlos Selvagem, encenado por Palmira Bastos, é um êxito retumbante.
Volta aos palcos em 1950, com a comédia Ninotchka, de Melchior Lengyel, contracenando com Igrejas Caeiro, Maria Matos e Vasco Santana.
Passa pelo Teatro da Trindade e retira-se por quatro anos da actividade teatral, para exclamação dos jornais, dos críticos e do público. A sua re-apariçao dá-se em Joana D' Arc, de Jean Anouilh, no palco do Teatro Avenida. Multidões perfilam-se pela Avenida da Liberdade, desejosas de obter um bilhete para ver Eunice, que a crítica aclama como genial.
Já nos anos 1960, passa para a comédia na Companhia de Teatro Alegre, ao Parque Mayer, ao lado de nomes como António Silva ou Henrique Santana. No Teatro Monumental fez O Milagre de Anna Sullivan, de William Gibson (Prémio de Melhor Actriz do SNI ex-aequo com Laura Alves - 1963).

Aparece então com regularidade na televisão, em peças repetidas por desejo expresso do público, como O Pomar das Cerejeiras, de Anton Tchekov; A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho; Recompensa, de Ramada Curto; Os Anjos Não Dormem, de Armando Vieira Pinto; ou séries, como Cenas da Vida de Uma Actriz, doze episódios de Costa Ferreira, ao lado de sua mãe, Mimi Muñoz.
Em 1965 Raúl Solnado funda a Companhia Portuguesa de Comediantes (CPC), no recém inaugurado Teatro Villaret. Eunice recebe o maior salário, até aqui nunca pago a uma actriz dramática: 30 contos mensais. A peça de estreia é O Homem Que Fazia Chover, de Richard Nash, encenado por Alain Oulman. Seguiram-se interpretações de Tennessee Williams e Bernardo Santareno.
Em 1971 volta ao palco do Teatro da Trindade.
Dedica-se, então, à divulgação de poetas que ama, quer em disco, quer em recitais, dando voz a Florbela Espanca ou António Nobre, voltando ao teatro para interpretar As Criadas, Jean Genet, juntamente com Glicínia Quartin e Lurdes Norberto, na encenação do argentino Victor Garcia, no Teatro Experimental de Cascais. Faz uma longa tournée por África na companhia de Carlos Avilez, onde se contam as peças Fedra,de Jean Racine, e A Maluquinha de Arroios, de André Brun.

Estreia-se em telenovelas com uma notável interpretação em A Banqueira do Povo, de Walter Avancini, em 1993.

A Maçon, escrito pela romancista Lídia Jorge propositadamente para Eunice, vai a cena em 1997 no palco do Teatro Nacional.

A Casa do Lago (2001), de Ernest Thompson, encenado por La Féria, foi a cena no Politeama em 2001.

Em 2006 representou pela primeira vez na casa a que deu nome, o Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras, com a peça Miss Daisy, encenada por Celso Cleto.

Em 2007 co-protagoniza com Diogo Infante Dúvida de John Patrick Shanley, sob a direcção de Ana Luísa Guimarães no Teatro Maria Matos. Em Maio de 2008 é agraciada com o Globo de Ouro de Mérito e Excelência.

Em 2009 regressa ao Teatro Nacional D. Maria II com a peça O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion, sob a encenação de Diogo Infante.

Zeca Afonso - Já O Tempo Se Habitua

Já o tempo se habitua
http://www.aja.pt/
Associação Zeca Afonso
A estar alerta
Não há luz Que não resista
À noite cega
Já a rosa Perde o cheiro
E a cor vermelha
Cai a flor Da laranjeira
À cova incerta

Água mole Água bendita
Fresca serra
Lava a língua Lava a lama
Lava a guerra
Já o tempo Se acostuma
À cova funda
Já tem cama E sepultura
Toda a terra

Nem o voo Do milhano
Ao vento leste
Nem a rota Da gaivota
Ao vento norte
Nem toda A força do pano
Todo o ano
Quebra a proa Do mais forte
Nem a morte

Já o mundo Se não lembra
De cantigas
Tanta areia Suja tanta
Erva daninha
A nenhuma Porta aberta
Chega a lua
Cai a flor Da laranjeira
À cova incerta

Nem o voo Do milhano ...

Entre as vilas E as muralhas
Da moirama
Sobre a espiga E sobre a palha
Que derrama
Sobre as ondas Sobre a praia
Já o tempo
Perde a fala E perde o riso
Perde o amor