Luís Represas aventurou-se na escrita de um livro infanto-juvenil. “A Coragem de Tição” surgiu da reunião de dois factores “essenciais” – a “paixão” pelo mar e pelos cavalos. Numa “era de desresponsabilização”, o fundador dos Trovante pretende, com esta história, transmitir uma série de valores “que se estão a perder”.
Daniel Pinto Lopes
Jornalista
No imediato não se recorda de como lhe surgiu a ideia de escrever um livro. Após uma pequena reflexão conclui ter-se tratado da junção de dois elementos – a sua “paixão” pelo mar e pelos cavalos.
Sentou-se ao computador e, “sem saber porquê”, começou a escrever. “Não tinha objectivos concretos”, refere o músico ao Expressões Lusitanas. À medida que foi redigindo, a narrativa tomou “algumas características de um livro infanto-juvenil”. Ao mesmo tempo, Luís Represas pretendia que a história fosse “transversal”, permitindo aos pais ter “algum prazer” quando estão a contar aos filhos.
Tição é um cavalo-marinho preto e o protagonista da trama. “É uma criança com todas as suas características”, tais como “a necessidade de arriscar”, “explorar o desconhecido” e o “prazer da aventura”, factores que desencadeiam a “desobediência” e a “prevaricação”. “Todas as crianças e adolescentes têm esta necessidade”, acrescenta Luís Represas.
O livro tem uma série de valores “à mão de semear”, mas não de uma forma “impositiva”. “Estão lá para quem os quiser agarrar e tratam-se de valores que se estão a perder”, considera. A solidariedade, honestidade, cumplicidade, o reconhecimento do erro, a responsabilidade e a responsabilização, o amor e a paixão são alguns deles.
“O grande acto de coragem de Tição é o reconhecimento do erro e das suas fraquezas perante todos e a sociedade, através da sua auto-crítica. Espero que esta lição passe para quem lê. Estamos numa era em que a desresponsabilização é crescente e esses valores são cada vez mais inexistentes”, assevera Luís Represas.
Escrever um livro é um “exercício completamente diferente”, sobretudo para quem está habituado a redigir histórias “condensadas em três minutos numa canção” durante 30 anos de carreira no mundo da música.
Para já, Luís Represas não consegue garantir se esta é uma experiência única ou para continuar. “Vamos ver. Há tanto caminho para andar e tantas coisas para fazer. Tudo pode acontecer”, disse.
“A Coragem de Tição” conta com as ilustrações de Catarina França e foi lançado pela Dom Quixote.
publicado por Expressões Lusitanas
Aí está um livro que eu quero realmente ler. Espero que a sua (dele) inspiração literária seja tão ou ainda melhor que a musical, da qual eu sou fã !
RépondreSupprimerO tema será sem dúvida aliciante e urgente de seguir !!!!!
Bjs e grata pela divulgação sempre a tempo e horas !